terça-feira, 27 de agosto de 2013

Como um foguete!

O game que estou jogando no momento se chama Dark Void, da Capcom. Tenho um estranho hábito de jogar aqueles títulos dos quais ninguém mais fala, já considerados velhos para a atual geração de videogames. Dark Void foi lançado no início de 2010 para PS3, Xbox 360 e PCs, sendo apresentado como um jogo de ação terrestre e aérea, já que o protagonista tem uma "mochila a jato", que o leva às alturas tanto em alta velocidade como também proporcionando a versatilidade de levitar na vertical, permitindo melhor precisão ao mirar nos alvos. Gostaria de falar sobre esses alvos. Na trama, a Terra está sendo invadida por seres alienígenas com intenções nada amigáveis - de novo - no período anterior à Segunda Guerra Mundial. Estes aliens se revelam como verdadeiras máquinas de combate, tendo formas que variam desde seres humanóides de metal, passando por uma espécie de cobra naja gigante, até quadrúpedes colossais que demandam muito esforço para serem vencidos. Aceitei o fato de que estava enfrentando uma raça de robôs orgânicos, ou algo assim, como os Transformers.

Esse é o ponto interessante: logo no primeiro capítulo da história, somos surpreendidos ao saber que estas não são as formas reais do extraterrestres, estas máquinas são veículos e trajes que pequenos seres reptilianos operam. Essa raça, chamada de Watchers, é frágil e de baixa estatura, mas desenvolveram uma tecnologia superior à terrestre (terráquea?), que facilita a conquista de novos mundos. Eu teria ficado mais surpreso com isso, não fosse eu já ter visto esse conceito nos Daleks de Dr. Who, ou ter assistido o anime Detonator Orgun. O fato é que, no mundo da fantasia e da ficção, sempre esbarramos com o velho ditado "tamanho não é documento", com anões vestindo armaduras gigantescas, ou cérebros vivos de vilões decrépitos controlando armas de destruição em massa.

 Alguém aí lembra do Rocketeer? Eu sempre quis um game baseado no filme desse herói, e já que até hoje não saiu nada à altura pra ele, exceto versões horríveis na saudosa época da geração 8 e 16 bits, acho que Dark Void é uma boa pedida. Até acredito que o fato do título não ter sido "Rocketeer" se deve há algum problema de negociação com a Disney, detentora dos direitos do personagem, cujo filme saiu em 1991. Todo a ambientação da época do personagem está no game: o mistério envolvendo locais inexplorados, como o Triângulo das Bermudas - tema recorrente nos filmes de aventura dos anos 1940 e 1950, a paixão pelos aviões de guerra, as pistolas e metralhadoras sempre à tiracolo, os heróis vestidos como pilotos, sempre usando jaquetas de couro, botas e luvas, e até um lenço no pescoço. Em 2004 tivemos um filme que retratou muito bem essa tendência: "Capitão Sky e o Mundo de Amanhã" tinha um piloto veterano como herói protagonista, enfrentado robôs gigantes e máquinas voadoras a bordo de seu aeroplano transformável: o avião podia mergulhar e operar como submarino! Toda essa cultura dieselpunk/teslapunk pode ser vista tanto ao longo de Capitão Sky, como de Rocketeer ou de Dark Void. Se você gosta desses elementos, não dê ouvidos aos que criticam um filme ou um game por ter recebido notas medianas da crítica, sem ao menos terem dado uma chance. Há muita coisa boa que é lançada em paralelo aos grandes blockbusters do mercado, que acabam ficando à sombra deles e acabam dados como esquecidos.

Eu não poderia deixar de citar, claro, o personagem original que foi o "pai" de Rocketeer e seus clones: The Rocket Man! Surgido em 1949 na série de televisão "King of the Rocketmen", de 12 episódios, o personagem rendeu audiência suficiente para mais 3 temporadas, "Radar Men from the Moon", "Zombies of the Stratosphere" e "Commando Cody, Sky Marshall of the Universe". Títulos bem interessantes, não? Cada temporada tinha um novo ator e personagem principal diferentes, mas o traje de Rocketman era o mesmo, com diferenças bem sutis.
Puxando de algum canto bem obscuro da minha memória, tenho certeza de ter visto um desses episódios ser exibido na Tv Cultura, há muitos - muitos! - anos atrás, com o título de "Homem Foguete". Estava zapeando entre os (seis ou sete) canais da tv, quando vi o herói saindo de uma caverna, carregando uma bomba nas mãos, e decolando rumo à imensidão do céu azul cinza, com efeitos especiais a lá Chapolin Colorado. Muito bom! Mais informações aqui: http://www.dialbforblog.com/archives/122/

Bem, crianças, eu queria mesmo era ter falado sobre os "aliens" que se revelam como algo bem diferente do que a gente pensa que são, bem diferentes do que está à nossa vista, de que não se deve julgar um livro pela capa, nem formar opiniões pré-concebidas sem antes se familiarizar com o adversário... mas me empolguei e falei mesmo do homem-foguete das séries, filmes e games, que são muito mais legais! Outra hora a gente fala de metáforas, ok?
Tudo de bem!

  

2 comentários:

  1. Legal saber que esse game é bom, ainda mais agora que vi que tem na steam. E olha só. Uma versão retro pra ds:

    http://www.youtube.com/watch?v=QS9BjNz0vlE

    Apesar da simplicidade, ele é considerado por alguns como um ótimo "plataforma".

    Curti demais o post.

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    1. Que bom que tem na steam... garanto que irá se divertir. Eu também estava, até que chegou meu The Last of Us: tive que pedir uma licença ao Dark Void por uns dias!

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